29 maio 2011

Água Branca



Sou o intervalo  inédito
Entre o cosmo e a saída
O elevador para o zero
A ânsia da descida
O penacho ereto
Agulhado no coração

Sou a mão!
A apanhar bolotas metálicas
Do ar em frase
O aperto da dobra
O enjôo da obra
A duvidosa base

Sou a luta no Alto
O morto do corpo
A vida que espia
A bolha de encanto
Faísca de espanto
Estouro que pia

A melodia ociosa
Entre o deus e a gostosa
Sou Rosa!
A desdenhar lirismo
A ir colher sarcasmo
A rir fracasso físico.

Marco Pereira Cremasco