24 maio 2011

curta metragem Ilha das flores



De forma ácida e com uma linguagem quase científica, o curta mostra como a economia gera relações desiguais entre os seres humanos. O próprio roteirista e diretor Jorge Furtado já afirmou em entrevista que o texto do filme é inspirado em suas leituras de Kurt Vonnegut ( "Breakfast of Champions") e nos filmes de Alain Resnais ( "Mon Oncle d'Amérique"), entre outros.

O filme já foi acusado de "materialista" por ter, em uma de suas cartelas iniciais, a inscrição "Deus não existe". No entanto, o crítico Jean Claude Bernardet (em "O Cinema no século") definiu Ilha das Flores como "um filme religioso" e a CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) concedeu ao filme o Prêmio Margarida de Prata, como o "melhor filme brasileiro do ano" em 1990. Em 1995, Ilha das Flores foi eleito pela crítica européia como um dos 100 mais importantes curtas-metragens do século.O documentário é de 1989.
O curta está listado no livro "1001 Filmes para Ver antes de Morrer", organizado por Steven Jay Schne.
A primeira vez que ouvi falar no curta foi na casa de meu filho há alguns anos e não me interessei. Não queria ver sofrimento nem miséria, e deixei o filme de lado. É incrível como em algumas fases de nossas vidas cometemos essa vergonhosa fuga da realidade. Anos depois  procurei, e assisti. O momento alienante-preguiçoso daquele dia me fez perder anos para me deliciar com o filme. Um olhar atento nas muitas formas de realidade é imprescindivel.  Seja num filme, seja de manhã, numa esquina não filmada.

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